Conflito na líbia
Os grandes movimentos revolucionários no Oriente sempre foram de ordem religiosa. Entretanto as revoltas que ocorrem agora não são desta natureza. O povo oriental se mobiliza por mudanças sociais e políticas e já derrubou ditadores, mostrando o poder do povo nas ruas.Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.Entretanto o julgamento internacional quanto a Kadafi tem focado somente suas ações presentes, de repressão aos rebeldes, sem dar maior importância a seu passado.Kadafi chegou ao poder aos 27 anos e desde sempre foi um ditador autoritário e maquiavélico. Acostumado ao poder absoluto não tem medo de desafiar as forças internacionais. É um extremista nato! Tudo que estamos vendo pelos noticiários de tv não são novidade para aqueles que vivem na Líbia. Kadafi e seu filho tem relações comerciais de alto porte na Europa e na América, mas este detalhe foi ignorado pela Inglaterra e pelos EUA.As forças internacionais que em princípio deveriam trabalhar pela proteção dos civis, notoriamente demonstram ao mundo que há outros interesses neste jogo. As ações multilaterais dos países que formam a chamada força aliada bombardeiam sem dó nem piedade a Líbia e já há registros de alguns erros cometidos. As conseqüências mais drásticas ficam nas mãos dos civis.A ONU deveria primar pela preservação dos civis, pela vida e insistir no caminho da diplomacia. Novamente concordo com a posição do Brasil em abster-se na votação do Conselho de Segurança da ONU. Apoiar uma área de exclusão aérea é uma coisa, mas bombardear e atacar de forma voraz são coisas bem diferentes e o Brasil não precisa de inimigo como Kadafi. Certamente haveria outros caminhos para resolver definitivamente o conflito. Agora é tarde demais.